Ao longo de 18 anos em cima de uma motocicleta barulhenta de 120 cilindradas, Luiz Fernando Bicchioni colecionou discussões, brigas, palavrões, arranhões, tombos, amigos mortos por causa da violência no trânsito, patrões abusivos, retrovisores de carros chutados e gorjetas minguadas. Essa é a versão que todo mundo conhece da vida de um motoboy em São Paulo - e a maioria se limita a saber. Mas Bicchioni, de 37 anos, corintiano, casado e pai coruja de uma menina de 3, também coleciona muitas histórias. E com uma visão única, de alguém que parece invisível aos olhos da sociedade, mas no fundo vive e sente esta cidade melhor do que ninguém.
Até pouco tempo, o motoboy guardava todas essas impressões e casos apenas para si. Só dividia os xingamentos. Agora, ele mesmo assume que "ganhou uma voz". Ganhou fotos também, e vídeos. Juntamente a outros 11 motoqueiros, Bicchioni mantém há cinco meses o Canal MOTOBOY, um site colaborativo que registra tudo o que está acontecendo nas ruas. Munidos de celulares com câmera integrada de 2 megapixels, eles fotografam, filmam, gravam depoimentos e publicam em tempo real suas experiências. São uma espécie de cronistas inusitados da cidade.
"Nós sempre fomos discriminados e nunca tivemos a chance de mostrar o nosso ponto de vista", diz Bicchioni, que trabalha como entregador autônomo. "Pô, somos muito importantes para a cidade de São Paulo, muito mesmo. Se não houvesse motoboy, várias coisas não funcionariam direito. Até hoje, já perdi uns 10 amigos motoqueiros em acidentes de trânsito e ninguém liga. Agora, com esse projeto, temos a chance de colocar nossas opiniões, nossa visão, e mostrar os problemas que enfrentamos."
São Paulo tem entre 150 mil e 300 mil motoboys como Bicchioni. É um fenômeno tipicamente paulistano, um tanto quanto clandestino, que surgiu em meados da década de 80 sem contar com regulamentações e que ainda hoje tem muito pouco amparo.
Para driblar esse descaso, os participantes do Canal MOTOBOY (www.zexe.net/SAOPAULO) pretendem que sua página na internet sirva não só como um serviço público para a classe, mas como uma ferramenta para mostrar que eles não são marginais. As fotos e os vídeos publicados diariamente no site mostram a dureza da rotina em cima de duas rodas, os engarrafamentos, os moradores de rua e flagras como acidentes e infrações de trânsito.
IDÉIA ESPANHOL
"Também fazemos reuniões periódicas para analisar o conteúdo publicado no site e tentar propor sugestões para a Prefeitura de como melhorar a cidade", conta o motoboy Ronaldo Simão da Costa, um dos pioneiros no projeto. Ele foi o primeiro a ser convidado pelo idealizador do canal, o artista plástico espanhol Antoni Abad, que também distribuiu celulares com câmeras em comunidades diferentes de outros países - como para garotas de programa em Madri, deficientes físicos em Barcelona, ciganos em uma cidade do interior da Espanha e taxistas no México.
"O Abad veio com essa idéia maluca de tirar fotos das nossas vidas", lembra Costa. "No começo eu achei estranho, mas deu super certo. Cada vez mais estamos evoluindo e tendo um site mais abrangente."
Ontem, por exemplo, nove fotos haviam sido adicionadas ao Canal MOTOBOY até o fim da tarde - três de acidentes com motoqueiros. "Tomei um rola (tombo)", limitou-se a escrever Beiço, apelido de um dos motoboys da trupe. Outras duas mostram a construção da Ponte Estaiada, gigante de 138 metros que será inaugurado até março na Marginal do Pinheiros. Uma foto, porém, parece ser a mais representativa. O trânsito parado na Marginal do Tietê, o motoqueiro parado atrás de uma Kombi e os dizeres: "Dia a dia. Na correria. É nóis."
FRASES
Luiz Fernando Bicchioni
Motoboy
"Se não houvesse motoboy, várias coisas não funcionariam direito. Já perdi uns dez amigos em acidentes de trânsito."
Ronaldo Simão da Costa
Motoboy
"Fazemos reuniões periódicas para analisar o conteúdo publicado no site e tentar propor sugestões para a Prefeitura."
Se você é um executivo ou vendeu sua moto, mas quer pilotar uma motocicleta importada num final de semana, então anote esta dica. Está em operação em São Paulo (SP) a Road Experience, primeira locadora especializada em motos de alta cilindrada.
A empresa oferece, por enquanto, dois modelos para locação: as Harley-Davidson Heritage e FX, ambas equipadas com motor de 1584cc. Para 2008, a locadora promete novos modelos em sua frota.
A diária do aluguel é de R$ 350,00, para a FX, e R$ 380,00, para a Heritage. Nesse valor está incluído o empréstimo de capacetes, e o usuário ainda conta com quilometragem livre para rodar com a moto.
Outro diferencial da Road Experience é que a entrega e a retirada podem ser agendadas. Informações, (11) 5531-1424 ou acesse o site www.roadexperience.com.br.
A equipe Yamaha Tech 3 anunciou, nesta terça-feira, que o americano Colin Edwards e o britânico James Toseland serão seus pilotos para o Mundial da MotoGP em 2008.
Nas últimas temporadas, Edwards correu pela equipe oficial da Yamaha ao lado do italiano Valentino Rossi.
Já Toseland chega à MotoGP após ter conquistado na temporada passada o bicampeonato do Mundial de Superbikes.
O piloto britânico afirmou que estava se sentindo "na lua" com sua entrada na MotoGP.
"Foi preciso muito tempo para que eu conseguisse chegar aqui, mas este é o momento adequado e a oportunidade da minha vida", assinalou.
A Yamaha Tech 3 anunciou ainda que os dois pilotos correrão com pneus Michelin e que começarão a temporada com a última versão da Yamaha M1.
Edwards e Toseland começarão a trabalhar esta semana no circuito de Sepang (Malásia). Os trabalhos continuarão em Jerez de la Frontera (Espanha) entre os dias 27 e 29 deste mês.
O italiano Valentino Rossi, campeão mundial de MotoGP, afirmou nesta sexta-feira que pode trocar a Yamaha pela Ducati em 2009, caso sua atual equipe não melhore na próxima temporada.
"Se melhorar eu espero mais um ano, senão não há mais nada a fazer", disse o piloto, em entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport.
O piloto também aproveitou para manifestar o seu desejo de acertar com a Ducati, mesmo havendo interesse da Honda. "Tenho uma boa relação com ambas as equipas, mas prefiro a Ducati porque se trata de uma marca italiana", confessou Rossi.
No dia em que a temporada 2007 da categoria MotoGP chegou ao final, no Grande Prêmio de Valência - na Espanha -, a principal notícia foi a aposentadoria do brasileiro Alexandre Barros, da Ducati.
Em sua última prova, o brasileiro, 37 anos, conseguiu alcançar a sétima posição, em uma prova vencida pelo espanhol Daniel Pedrosa, da Honda.
Pedrosa levou o vice-campeonato da categoria. A disputa era entre o espanhol e o italiano Valentino Rossi, da Yamaha, que, após sofrer uma queda no último sábado que lhe valeu uma fratura na mão direita, acabou deixando a prova na 19ª volta por causa de problemas mecânicos de sua moto.
O título da categoria já estava nas mãos do australiano Casey Stoner, que foi o segundo na prova deste domingo.
Assim, as atenções estavam voltadas para a categoria 125cc, na qual o espanhol Héctor Faubel, da Aprilia, brigava pelo título com o húngaro Gabor Talmacsi, da mesma escuderia.
Para o espanhol ficar com o título seria necessário chegar em primeiro nesta prova e torcer para que o húngaro ficasse fora do pódio.
Faubel conseguiu cumprir a sua parte, mas Talmacsi chegou em segundo e garantiu o título mundial.
Já nas 250cc, o título já estava nas mãos de Jorge Lorenzo, da Aprilia. O espanhol desejava encerrar o ano com um triunfo em casa, mas seu desejo foi por água abaixo por causa de problemas de pneus que o fizeram chegar em sétimo.
Assim, a luta pela vitória ficou entre Alex de Angelis, da Aprilia, e o finlandês Mika Kallio, da KTM.
No fim, o piloto da Finlândia conseguiu superar o corredor de San Marino e conquistou um triunfo importante.